domingo, 18 de abril de 2010

O Caminho Para Servidão (1944)

Neste livro, Hayek faz a transição para a filosofia política. É uma obra dedicada aos "socialistas de todos os partidos" e inicia uma produção intelectual que tem por eixo condutor o combate às doutrinas de Keynes.

Contrariando o ambiente intelectual de sua época, defendeu que os totalitarismos de esquerda e de direita têm uma matriz intelectual comum, a rejeição da tradição liberal do ocidente através da rejeição da autonomia do indivíduo, que está na base da civilização ocidental. A ascensão do nazismo e do fascismo, longe de serem uma reação ao socialismo, era seu corolário inevitável.

A principal mensagem de Hayek consiste em alertar para o fato que as democracias liberais enfrentam uma ameaça interna mais perigosas que as ameaças externas colocadas pelo totalitarismo. Esta ameaça consiste na gradual expansão do intervencionismo estatal, motivado pela aceitação das teorias coletivistas e pela invocação de ideais aparentemente nobres, como a noção de "justiça social".

Lembrando a observação de Hume de que a liberdade raramente é perdida de uma só vez, Hayek alerta que o avanço do intervencionismo estatal, resultado da sedução exercida por utopias coletivistas, acabarão por reduzir os cidadãos a uma condição de absoluta servidão. À medida que são levantadas (sempre por motivos aparentemente nobres) as barreiras à ação do Estado e que as noções de governo limitado e igualdade perante a lei são abandonadas, estabelece-se um caminho para o totalitarismo e para a negação dos direitos e liberdades individuais.

No livro, ele desenvolve um vasto conjunto de temas que vão desde a caracterização do totalitarismo até às razões que podem explicar a defesa do coletivismo por parte de muitos intelectuais, sem esquecer a relação entre segurança e liberdade e o funcionamento dos processos políticos.

Para Hayek, este caminho poderia ser invertido pelo poder das idéias. Era urgente recuperar e aprimorar de forma consistente a tradição liberal, promovendo os ideais do governo limitado, dos direitos individuais e da igualdade perante a lei.

(baseado em texto de André Azevedo Alves)

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