sábado, 24 de abril de 2010

A Nova Ciência da Política

Eric Voegelin, 1951

Voegelin propõe o desvio da atenção das ciências políticas dos fenômenos de superfície (leis, instituições, doutrinas, sistemas, etc) para as experiências cognitivas das quais emergiram estes mesmos fenômenos. Toda ordem da sociedade expressa uma ordem cognitiva subjacente: é a tradução político-social da ordem da realidade tal como apreendida.

As noções de "verdade" e "realidade" que as sociedades apelam para se legitimar refletem uma vivência do cosmos, com todas as limitações temporais e históricas que se opõe à penetração completa da experiência do homem. Um número definido de esquemas da ordem _ divina, cósmica e humana _ se materializaram ao longo dos tempos nas instituições, obras-de-artes, leis, línguas, etc. Cada conjunto destes símbolos forma um pequeno universo formado pelo homem para expressar sua vivência imediata da ordem total e para orientar a construção de uma ordem político-social.

Voegelin lança o programa que iria nortear o restante de sua carreira: reconstituir a seqüência das ordens manifestadas ao longo da história, de modo a decifrar o enigma do presente à luz da escalada cognitiva que a ele conduziu.

Nesta obra, Voegelin procura também decifrar as ideologias de massa como sintomas de uma doença espiritual que remonta aos gnósticos dos primeiros séculos da Era Cristã.

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