segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eros e a Civilização

Marcuse, 1955

É uma síntese entre Karl Marx e Sigmund Freud e expressa a visão de Marcuse sobre uma sociedade não repressiva, baseada nestes dois pensadores, antecipando os valores do movimento de contra-cultura dos anos 60.

O significado social da biologia-história não está na luta de classes, mas no combate entre repressão e nossos instintos. O capitalismo previne de atingir uma sociedade não-repressiva baseado na diferença fundamental de experiência do ser, da relação entre o homem e a natureza e entre as relações existenciais. Argumenta que a idéia de Freud de que a repressão é necessária para manter a sociedade está mal-fundamentada e que o eros é libertador e construtivo.

Criticando a obra de Freud "Civilization and its Discontents", em que o conflito entre os instintos humanos e a repressão da consciência social (superego), ou seja entre eros e civilização, é inevitável e resulta na história do ser, Marcuse argumenta que o conflito não se dá entre o trabalho e eros, mas entre o trabalho alienado e eros. Sexo só é permitido para os melhores (os capitalistas) e para trabalhadores apenas quando não atrapalha sua performance. Ele acredita que uma sociedade socialista pode mudar este quadro substituindo o trabalho alienado pelo "trabalho não-alienado libidioso" resultando em uma sociedade baseada na sublimação não-repressiva. Em outras palavras, Marcuse acredita que uma sociedade socialista pode ser uma sociedade sem a necessidade de performance pelo "pobre" e sem a forte repressão da sociedade de sua época.

A história da humanidade é a história da repressão. Marcuse conclui que a repressão biológica não é problema mas que nossos problemas iniciam-se pela "repressão adicional ou mais-valia" produzida pelas instituições históricas de nosso próprio período. O resultado é uma filosofia que mescla Freud e Marx.

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